quinta-feira, 12 de abril de 2007

Nossa arte

Idéias mil batem no teto da minha cabeça,
não saem pela boca, tapada de besteiras.
Já não tenho olhos sensíveis,
e as canções não chegam aos meus ouvidos,
são ditas em voz inaldível.

Já morremos!
Estamos à espera da cova.
Por vezes dizemos meia dúzia de palavras sem sentido,
que se traduzem em algo belo.

As artes trazem vida aos pobres,
sem coração.
A arte alcança a todos.

Vida vem através da boca do bumbo,
Vêm por meio da paisagem na tela,
E mesmo pela janela da fotografia.

Da boca do poeta, dos olhos do admirador,
do andar apaixonado, dos movimentos do equilibrista,
da cara do palhaço, da palhetada nas cordas,
no leve brisa da flauta.

Pelas frestas vejo a luz.

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