Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Vale a pena esquecer, ou ao menos tentar esquecer, uma pessoa, um lugar, algo porque lhe trouxe dor? Mesmo que esse tenha trazido tantas alegrias?
A verdade é que muitas vezes somos levados por impulsos, firmamos um pensamento em nossa mente por causa de um ocorrido recente.
A dor não é maior que as alegrias que passamos, mas nos parece mais fácil odiarmos, para assim esquecermos, ao invés de guardar na memória os belos momentos pelos quais passamos e não podemos mais passar. Esta dor incomoda, a outra muito mais. Só que disso não sabemos.
Não troco a dor pelas alegrias. Não deixo de lhe ter em meu pensamento. Não guardarei esperanças de que estes momentos voltem, ao menos tentarei. No entanto estes estarão sempre em minha memória, por mais que a dor da partida incomode, por mais que não possa voltar no tempo e viver tudo isto novamente. Tudo isto que foi tão bom pra mim, me elucidou, me enlouqueceu, me transformou. Me marcou!
Não há como esquecer as risadas, os abraços, os carinhos, enfim, até mesmo os momentos tolos que passamos, todos, até os que aparentemente não faziam sentido, sem importância. Estarão comigo, haja o que houver.
Não quero esquecer, quero levá-los comigo, inda que me tragam dor, agora sei, que pelo que passei, passei, deveria ter passado, e amo tê-lo feito, do modo que foi.
Não mais me arrependerei, a dor é inevitável, então que seja a dor de ter amado e não de ter fugido deste amor.
Obrigado pelos momentos realmente vividos.
"Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?"
Mário Quintana
Baseado no filme Brilho eterno de uma mente sem lembranças