sábado, 17 de março de 2007

Filosofando

E me perguntam o que estou fazendo da vida.
Faço de tudo para chegar a lugar algum.
Pois na vida não se sai do lugar.
Sempre dores, por mais que existam alegrias.
Sempre desentendimentos.
Giros e mais giros.
Giros de suspiros, de medos, desilusões.
Constante acomodação, normalização.
Tão sedado estou que já nem me importo.
Me perdi em um dos giros.
E parei na solidão de um pensador.
Que se mata a cada idéia.
Que reflete e chega a dor.
Tudo é dor.
Quero pegar a estrela cadente mais próxima e sair desta acomodação.
Estrelas cadentes não passam por aqui senhor, é o que me dizem.
E eu acredito, esperando por ela, acredito.
Mesmo não vendo seu brilho, que um dia me cegou.
Creio que se hoje sou cego é devido ao brilho desta.
O brilho da alegria me trouxe tristeza.
Sentado no topo do mundo, vivendo do ar que é para todos.
Pensar é morte. Pensar é veneno que se toma a cada momento.
Pensar é não saber. Pensar é mais que sonhar.
Pensar é pensar, pensar e pensar e chegar a lugar nenhum.
E quanto mais se pensa menos se sabe.
O pensar sabe que o saber está errado.
E sabe que o próprio pensar também está.
Pensar reflete nossa incapacidade de saber.
Pensar e saber são tentativas de chegar a algum lugar.
Tentativas de definição.
Tentativas impossíveis de se concretizarem.
Utopias.
Engano.
Engana-se quem pensa que sabemos qualquer coisa.


E mesmo assim me inspiro a medida que respiro...

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