quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A lição dos pequenos

É engraçado como podemos aprender lições com todo o tipo de pessoas e situações.
Ontem ao chegar da faculdade encontrei meus primos em casa, de pouca idade, mas esperteza não lhes falta.
Eu, como de costume, troquei de roupa e buscando o máximo conforto, vesti somente a parte de baixo do pijama, um shorts, curto, é verdade, mas nada exagerado.
Qual não foi a surpresa quando me viram.
O menor imediatamente exclamou:
- Você tá pelado!!!
A outra me olha, e logo já me reprime:
-Você não tem vergonha, não?!?!
Imaginem só, meu queixo caiu, fiquei intrigado..E me perguntava, como eles já sentem vergonha?
Bom, como dito no início, as lições que aprendemos vem de formas inesperadas, as vezes nem percebemos. A partir deste simples episódio comecei a pensar na vergonha da humanidade.
Inicialmente pelo fato de usarmos roupas, me pergunto, por que, em meio a um sol de 40º ainda sim usamos roupas, que supostamente foram feitas para nos proteger do frio?
Não digo que devamos andar por aí pelados, mas pense na vergonha que você sentiria ao fazê-lo, uns mais, outros menos, porém, há uma palavra que certamente anda junto com a vergonha, intimidade, e é isso que temos medo de revelar. Aquilo que é íntimo, peculiar, somente nosso, de mais ninguém. E não digo só do corpo, nossos sentimentos são nossas intimidades, logo se percebe o medo de revelá-los.
Provavelmente é por isso que as pessoas não sorriem mais, medo de se expor e ter que dar algo além do sorriso como trocar algumas palavras com um estranho, um sofrimento e tanto. Medo de ter que ajudar alguém que está chorando. Medo de se mostrar, mostrar um pouco de quem realmente é. Afinal, o que vão pensar desta pessoa?
E assim nos fechamos como rochas impenetráveis, sem dar a mínima para quem está ao nosso lado.
Somos falsos, mesmo quando desejamos um bom dia, inda que seja para um amigo, não pensamos nessas palavras de costume, dizendo a todo instante, sem ao menos refletir no que estas querem dizer.
Muitas vezes vivemos automáticos, não ligando pra mais nada, não pensando em nada, em ninguém.
E vivemos assim, cada um isolado em seu mundinho, com seus sentimentos de merda, seu caráter de merda, como pessoas individualistas que não valem um tostão., caminhando de olho no próprio umbigo.

Um comentário:

Anônimo disse...

isso sim é que é uma bela questão para refexão...
na correria, no marasmo das coisas, sem idéias originais para escrever...